segunda-feira, 6 de abril de 2009

Eaten Alive (77, dir. Tobe Hooper)



O filme conta a história de Judd um velho caipira de uma pequena cidade do interior proprietário de um hotel que tem como principal hobby alimentar seu crocodilo africano com seus hóspedes.

Uma breve sinopse para um filme que como os bons e velhos slashers (não sei se posso colocar Eaten Alive nessa categoria) não perde muito tempo com história e parte direto para a ação usando a velha fórmula “psicopata + mocinha indefesa” e usando sempre de pouca luz para criar um clima macabro.

Esse foi o segundo filme no gênero terror em que Tobe Hooper assumiu a direção logo após o sucesso de O Massacre da Serra Elétrica (Texas Chainsaw Massacre, 74) e não foge muito da que vimos em seu melhor filme, novamente temos o povo do interior retratado como selvagens e pervertidos que temem o homem da cidade grande. Aliás, esse medo foi o único motivo que consegui encontrar que pode justificar os assassinatos cometidos pelo protagonista Judd, já que o filme nunca mostra um motivo para os homicídios.

Vocês podem ter estranhado eu ter chamado o vilão do filme de protagonista, mas o que faz com que esse filme seja um pouco diferente de outros filmes parecidos é que em momento algum as vítimas são o centro do (pouco) enredo, fato que pode incomodar aqueles que gostam de simpatizar pela mocinha e torcer pela mesma (o que não é o meu caso, eu sempre torço pelo vilão hehehehe). Outro erro do filme é o que eu gosto de apelidar de “Complexo de Cannibal Ferox”, ou seja, durante uma cena de clímax o diretor tem a “bela idéia” de seguir uma trama paralela (no caso, o pai e a irmã da primeira vitima chegam à pequena cidade tentando achar a desaparecida) se essa parte consumisse pouco tempo do filme até que dava pra engolir, mas ela se arrasta por longas cenas que nada acrescentam ao filme e podem cansar o espectador.

No geral é um bom filme, não é um dos mais violentos ou até mesmo o com o clima mais macabro (embora a fotografia seja esforçada), mas é melhor que os filmes que Tobe Hooper dirigiu em seguida, sendo que muitos desses filmes são mais reconhecidos que o Eaten Alive (embora alguns expliquem essa falta de reconhecimento devido os vários nomes que o filme recebeu) que pode ser considerado o seu segundo melhor filme, em termos técnicos obviamente, já que se eu fosse escolher provavelmente escolheria O Massacre da Serra Elétrica 2 que é um filme horrível, mas um filme horrível que eu não consigo odiar hahahahaha.

Nota adicional:

A história desse filme assim como O Massacre da Serra Elétrica foi levemente baseado em uma história real, a história de Joe Ball, um texano que era dono de um bar e tinha um crocodilo como atração turística, nessa época vários assassinatos de mulheres aconteceram e Joe Ball e seu crocodilo foram acusados, mas nunca comprovaram que eles foram realmente os culpados.

Fonte : http://www.imdb.com/title/tt0074455/trivia

sábado, 21 de março de 2009

Ip Man (2008, dir. Wilson Yip)




Na década de 30 a cidade de Foshan se destacava por suas variadas escolas de artes marciais, entre os vários mestres um especialista em Wing Chun era respeitado por todos por suas habilidades, seu nome era Ip Man (Donnie Yen).
7 de Julho de 1937, a China é invadida pelo Japão, sem esperança e humilhado o oprimido povo chinês se curva diante do poder japonês, mas um homem não irá aceitar ser dominado.


O filme que supostamente conta a história do "sifu" Ip Man chamou a atenção de muita gente quando foi anunciado e recebeu atenção principalmente dos entusiastas do estilo Wing Chun e o filme mereceu toda essa atenção?
Sinceramente eu acho que não, não entendam mal o filme é muito bom mas infelizmente contém alguns "foras" que me incomodaram muito.
Começemos pela meia hora inicial do filme, totalmente desnecessária, diálogos idiotas e monótonos, assim como vários filmes da era old-school de filmes de kung-fu tudo não passa de enrolação para o grande espetáculo, a pacandaria.
Logo, para quem é fã de filmes da década de 70 isso não é problema algum, mas 30 anos se passaram e o público não é mais o mesmo e essa característica pode ser um obstáculo que fará os fãs de filmes modernos desistirem de assistir o filme antes da metade do mesmo, porém, após essa meia hora o filme praticamente se transforma em outro. A paz na China é ameaçada com a chegada dos japoneses e nesse momento o diretor soube transmitir como o país ficou abalado usando de uma fotografia escura que lembra um pouco o clima de obras "noir".
Duas imagens que demonstram os dois lados do filme


E não só a fotografia se transforma como a personagem Ip Man, no começo do filme ele estava longe de ser uma personagem que estamos acostumados a ver Donnie Yen interpretar, o vulgo "Badass" , não sei quanto a vocês mas quando vejo Donnie Yen interpretando um personagem "bonzinho" ou alegre de mais (como seu personagem em seu primeiro filme como protagonista Drunken Tai-Chi, 84) ele acaba se tornando um personagem extremamente detestável (talvez seja esse o motivo por eu não gostar do Drunken Tai-Chi, isso e as poucas lutas, mas isso é papo pra outro post) e é a partir da invasão japonesa que ele fica mais próximo de uma personagem de Donnie Yen, ou seja, cara fechada, frio e com um olhar de psicopata.
Mas é justamente nesse momento que deveria ser cru e "realista" (entre parênteses pois todos nós sabemos que filmes de luta nunca conseguem/podem ser realistas de mais) que o filme continua errando, principal motivo? O uso de cordas nas lutas (tambem conhecido como wire-fu) em momentos anteriores do filme esse artificio é usado mas naquele clima de uma cópia aleatória do Era Uma Vez na China o uso de cordas até que passa despercebido, mas agora o clima é outro e o uso dessas cordas em alguns momentos faz que você se sinta como se você descobrisse que ganhou na loteria só pra receber uma ligação de seus "amigos" gritando do outro lado da linha "Primeiro de abril!" , um balde de água fria.
Mas tirando isso, as lutas estão excelentes, rápidas e brutais, o que mais contribui pra isso é quando Ip Man dispara uma metralhadora de socos no rosto de seus oponentes algumas cenas chegam a doer no espectador
Ação e reação

Entre as lutas a que mais se destacou foi a velha fórmula "1 pessoa contra uma escola de karatecas"
Fórmula que já foi repetida em filmes como Furia do Dragão (Fist of Fury, 72) e Lutar ou Morrer (Fist of Legend, 94) aliás não é só nessa cena que o filme Ip Man nos faz lembrar de outros filmes, seja o general japonês que remete ao vilão interpretado por Billy Chow no Fist of Legend a alguns aspectos que lembram o recente O Mestre das Armas (Fearless, 06) até mesmo a alguns ossos quebrados dos pobres karatecas que lembra a famosa cena de Tony Jaa no também recente O Protetor (Tom Yum Goong, 05).

Fechando o segundo post do MNNTS, Ip Man é diversão de qualidade, possue sim seus erros que podem incomodar os fãs xiitas dos filmes old-school e não é tão memorável quanto poderia ser, mas merece a atenção de todos aqueles que ficaram traumatizados com a enxurrada de Wuxias "molengões" e "mela cueca" que tivemos nos ultimos anos e felizmente (ou infelizmente para alguns) foi quebrada com a pancadaria bruta dos filmes tailandêses e provavelmente graças a eles podemos ver Donnie Yen fazendo o que ele faz de melhor, espancar vagabundo.


Trailer








P.S: Fujam do DVD chinês do filme, as legendas em inglês estão ridiculas

terça-feira, 3 de março de 2009

36th Chamber of Shaolin (1978) - Dir. Lau Kar Leung


Gordon Liu interpreta San-Te, um jovem dedicado aos estudos vivendo em uma cidade que estava sobre o controle dos Manchus.
Cansado de ser apenas mais um pau-mandado dos Manchus com a dica de seu professor ele se junta a um grupo rebelde e junto com outros colegas é encarregado de passar informação entre os grupos, usando a carga da loja de frutos do mar de seu pai como disfarce.
Porém, os espiões acabam sendo descobertos e após um massacre de todos os rebeldes, San-Te foge em direção ao templo shaolin para aprender kung-fu nas 35 Câmaras e finalmente cumprir sua vingança contra o general Manchu (Lo Lieh).

Acho que não preciso comentar que esse é um dos grandes clássicos da era de ouro dos filmes de kung-fu, o filme da Shaw Brothers mais visto e o ganhador de um prêmio de melhor filme de artes marciais no ano de seu lançamento, teve como principal característica a grandiosidade, seja dos cenários ou da quantidade imensa de gente utilizada para a sua gravação.
Ao contrário da grande maioria dos filmes da época em vez de se concentrar em lutas longas e presentes a cada 5 minutos de diálogo, 36th Chamber prefere desenvolver um belo roteiro que acompanha a dura batalha tanto mental quanto física para se tornar um monge.
Mas não achem que isso faz da obra um filme monótono, mesmo com sua duração um pouco mais longa que o normal (quase 2 horas) em momento algum o filme se torna chato ou cansativo, na verdade é exatamente o contrário a história te envolve tanto que quando finalmente chegam as lutas você está torcendo freneticamente para que San-Te vingue seus amigos mortos e recupere o orgulho de seu povo.
E vale citar que as lutas demoram a chegar, mas quando chegam é um arregaço e para os apressadinhos vai valer cada maldito minuto da espera.
Gordon Liu e Lo Lieh no ultimo combate do filme!


Se você ainda não viu esse épico, levante essa bunda do computador e coloque o filme no DVD o mais rápido possível.

***** - 5 Estrelas.

Trailer

Brought Back to Life


Após um longo periodo de férias da "blogosfera" (não só do meu antigo blog, mas tambem dos blogs amigos) hoje está anunciada a minha volta oficial ao mundo dos blogs, o esquema continua o mesmo do finado Horror & Kung, escreverei (ou pelo menos tentarei) sobre filmes de kung-fu e terror (inclua filmes gore e explotation em geral), mas já fica o aviso que de vez em quando pode aparecer postagens sobre outros gêneros, seja filmes ou séries Tokusatsu e animes.
Acho que para um post de introdução já escrevi o bastante, agora chega de enrolar e vamosr direto ao assunto.